segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Senhor Valéry

O Senhor Valéry é um livro atual de Gonçalo M. Tavares, faz parte de uma colecção de livros apelidada “O Bairro”. Este livro não contém um enredo. Cada capítulo possui uma mensagem própria e a única coligação com os outros capítulos é a personagem central, o Senhor Valéry. Deste modo, cada capítulo tem uma mensagem e não possui momentos muito mais importantes e ficamos a conhecer os diferentes e invulgares pensamentos deste homem, que ele mesmo é invulgar.
Por exemplo, no primeiro capítulo: “Os Amigos”, o Senhor Valéry fala de como a altura é muito importante para ele, visto sendo um homem pequeno tem imensos obstáculos para ultrapassar. Em “O Animal Doméstico”, demonstra não ser muito afetuoso. Ao longo de muitos capítulos como “Os Dois Lados”, “Sapatos”, “Cubo” e outros, vemos que ele se trata de um perfecionista e via o mundo como algo que deveria ser totalmente isento de qualquer erro. Levando às vezes a ações e comportamentos estranho como sair à rua com um par de sapatos diferente para cada rua. Também demonstra ser simples em alguns capítulos onde fala de como alguns objetos do nosso dia-a-dia são facultativos e podemos bem viver sem eles. Como, por exemplo, quando fala que não possui um espelho pois o mero olhar das pessoas era suficiente para se aperceber da sua aparência. Noutros capítulos é difícil perceber o seu significado. Como no capítulo “Uma Viagem a Pé”, onde diz que o sítio onde chega a dez horas a pé de não é o mesmo a que chega em vinte minutos de comboio. Assim é nem sempre temos a certeza do ponto onde ele quer chegar, mas conseguimos ter uma ideia. Certos capítulos têm a sua parte cómica, como em “O Chapéu”, em como o Senhor Valéry nem sempre conseguia tirar o chapéu para cumprimentar alguém (Isto, pois ele estava tão enterrado na sua cabeça para ele não se esquecer dele, que não o conseguia remover. O que podemos imaginar e rir). No entanto, no último capítulo “A Tristeza”, onde fala de como um triângulo retângulo necessita de outro igual a si mesmo para formar um quadrado e não de um quadrado, vemos um lado mais sereno e pensativo em vez de cómico. Na minha opinião, este capítulo refere-se a como não necessitamos de algo que queremos para o possuir, mas sim de descobrir qual os caminhos e as opções que temos de tomar para lá chegar e o possuir.

A conclusão a que cheguei é o Senhor Valéry não é uma pessoa vulgar e nem sempre é fácil acompanhá-lo nos seus pensamentos. Tudo isto é compreensível, visto que o seu autor é um professor de Epistemologia, isto é, uma teoria do conhecimento que procura dar lógica, valor e objetivo a diversas hipóteses. Vi neste livro uma maneira de perceber outros modos de pensamento invulgares dos quais nunca me tinham ocorrido. Penso que se trata de um livro muito educativo e com várias mensagens que merecem ser lidas e compreendidas.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Eurico o Presbítero

Autor: Alexandre Herculano


A história passa-se no inicio do séc. VIII na Espanha Visigótica. Eurico, Teodemiro e Vitiza (imperador do reino) lutam juntos contra os povos do norte da Península Ibérica. Após a sua vitória em combate, Eurico pede ao duque Fávila a sua filha em casamento. Fávila não aceita o seu pedido pois este era de uma classe social inferior. Eurico ao saber a notícia pensa que Hermengarda não o ama e entrega-se ao sacerdócio tornando-se o presbítero de Carteia.

Eurico passa a ter uma vida religiosa e escreve vários poemas para se tentar esquecer de Hermengarda mas e impossível esquecer tal amor.

Mais tarde Eurico descobre que os Árabes invadiram a Península Ibérica. Assim Eurico decide dedicar-se a combater o avanço árabe. Primeiro avisa Teodemirro, oseu companheiro de batalha e mais tarde durante uma batalha Eurico transforma-se no cavaleiro negro que luta de maneira heroica. Este ato dá forças aos Godos que começam a dominar a batalha. Mas os filhos do imperador, Ebas e Sisibuto traem o seu povo com intenções de ganhar o trono. Com esta traição o domínio no combate volta a ser dos Árabes. Rodemiro morre e Teodemiro passa a liderar o povo godo.

            Entretanto Hermengarda está no mosteiro da virgem Dolorosa quando é atacado pelos Árabes que a raptam. Mais tarde o cavaleiro negro consegue salva-la e lava-la para as montanhas das Astúrias onde o irmão de Hermengarda está refugiado após a luta contra os Árabes, Teodemiro aceita as condições de paz que lha são propostas e o resto da Península Ibérica, menos as Astúrias, trona-se território árabe.
                 
            Já em segurança na gruta de Corvadonga, Eurico fica a saber que na realidade Hermengarda o ama. No entanto Eurico sabe que o seu amor é impossivel devido às suas condições religiosas. Com isto e ciente das suas obrigações, parte para uma batalha onde se deixa morrer e Hermengarda enlouquece.

           

           

            Uma parte importante desta obra é a noção de compromisso. Eurico nunca falta às suas obrigações religiosas, mesmo depois de saber que o seu amor era correspondido. Esta noção é importante porque comprova que Eurico era um ser extraordinário porque teve a noção de que se tinha comprometido no passado e que agora não podia quebrar as promessas antes feitas. Eurico abdicou do seu amor por Hermengarda por isso perdeu a vontade de viver. Por vezes existem momentos na vida onde fazemos escolhas que são eternas e às quais nos temos de manter fieis. Podemos sempre arrependermo-nos das escolhas que fazemos. Por isso antes de as fazermos temos de pensar em todas a consequências porque muitas vezes são estas escolhas que nos definem a vida. 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Apresentação oral "Auto da feira" - Gil Vicente

Esta obra, o Auto da Feira, de Gil Vicente foi representada ao rei D. João III, na cidade de Lisboa, no Natal de 1526.
É um texto dramático e baseia-se em trocas comerciais.
Nesta feira aos olhos de Gil Vicente é onde há o Bem, o Mal, a Santidade, o Pecado, a Pureza, etc.

As personagens presentes neste Auto são: Mercúrio (inicia-se com um monólogo e é o deus do comércio), Saturno (o deus do tempo), Marte (deus da guerra), vénus (deusa do amor e da beleza) e Júpiter (o pai dos deuses.
Mercúrio ordena que Tempo organize uma feira no dia de Natal, a Feira das Graças em honra da Virgem que nascera em Belém.
De seguida entra o Tempo. Esta feira seria um pouco diferente de algumas já realizadas. Não seriam vendidas coisas, mas sim trocadas por outras. Nesta feira iriam-se encontrar virtudes.
Segue-se uma cena com a entrada de Serafim, um anjo enviado por Deus a pedido do Tempo.
O Diabo entra em cena com uma tenda e diz que vai vender “artes de enganar”, “falsas manhas de viver”, ”hipocrisia”.   

Mercúrio avisa o Tempo que Roma está a chegar e esta entra em cena cantando perguntando quem lhe venda Paz, Verdade e Fé.
De seguida, entram dois lavradores que estavam a caminho da feira. Eles queixam-se das mulheres que têm em casa e as mulheres queixam-se dos seus maridos e decidem trocar.
Ao se dirigirem ao Tempo, este propõe-lhes vender Consciência, pois esta é uma feira de virtudes.
Depois entram nove moças e três rapazes que vêm cantando e trazem cesto com comida.
De seguida aparecem dois compradores (Mateus e Vicente).
Falam de trocas de animais, e após conversarem durante algum tempo percebem que a feira da Ribeira é melhor que esta.
Quando se vão embora, o Anjo oferece de novo virtudes às moças mas elas não querem e dizem que foram a esta feira por ser a Feira da Nossa Senhora.
Não queriam virtudes porque essas não traziam pão.
Todos saem de cena a cantar em honra da Virgem.

Podemos concluir que este texto dramático e é uma luta entre o bem e o mal.
Diana Oliveira


A janela

Todas as noites, por volta das dez horas, vou até à janela da minha sala. Pode dizer-se que a minha casa não é um palácio, ou até mesmo que não está muito bem decorada, mas não há quem cá tenha vindo e não tenha reparado nesta janela. Primeiro, porque ocupa ainda uma grande parte de uma das minhas pequenas paredes da sala e segundo, porque o que se vê para além dela é absolutamente maravilhoso. A vista da minha janela sobre toda a cidade é a única vantagem de viver no último andar de um prédio com uns cem degraus e nenhum elevador.
Quando o meu marido chega a casa, depois de um dia de trabalho, dá-me um beijo e em seguida junta-se a mim a observar a paisagem. Mais tarde ele senta-se à mesa e lê o jornal enquanto eu lhe toco no piano a melodia que ele mais aprecia.



quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Apresentação Oral do Livro "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen


O romance gira em torno da família Bennet, cercada pelas pressões para que as suas cinco filhas arranjassem casamentos favoráveis, já que não teriam direito à herança depois da morte do seu pai por serem mulheres. A história começa quando um jovem solteiro, Mr. Bingley, se muda para a propriedade de Netherfield, nas redondezas do Hertfordshire, onde vivia a família Bennet. Convidado para um baile, aparece acompanhado pelas suas irmãs e de um amigo, Mr. Darcy. Bingley interessa -se por Jane Bennet, a mais velha das irmãs, mostrando-se simpático e cordial para com todos da região, enquanto Darcy é considerado snobe e arrogante por todos, especialmente por Elizabeth.
Jane é, em seguida, convidada para visitar as irmãs de Bingley, mas durante a visita adoece e acaba por ter que permanecer em sua casa por alguns dias. Elizabeth, preocupada com o estado de saúde da irmã, vai visitá-la e fica ao seu lado até que esta melhore. Durante os dias em que as irmãs Bennet permanecem em Netherfield, as irmãs de Bingley criticaram constantemente a audácia e da falta de decoro de Elizabeth; Mr. Darcy, por sua vez, fica cada vez mais interessado pela sua personalidade peculiar.
De regresso a casa, a família Bennet recebe a inesperada visita de Mr. Collins, um parente que teria direito à propriedade da família após a morte do pai, Mr. Bennet. Procurando amenizar a questão da herança, Collins propõe Elizabeth em casamento, que o recusa prontamente por considerá-lo pomposo e patético. Charlotte Lucas, a melhor amiga de Elizabeth, mostra-se interessada em Mr. Collins aceitando casar com ele para garantir sua estabilidade financeira. Nessa mesma época, Elizabeth conhece Mr. Wickham, um membro do exército por quem sente uma irresistível atração. Wickham e Elizabeth tornam-se amigos, e Wickham conta como Mr. Darcy o havia cruelmente excluído da herança deixada pelo pai de Darcy, o que aumenta o desprezo de Elizabeth pelo rico herdeiro.
Os Bingley retornam a Londres para desgosto de Jane. Elizabeth decide visitar Charlotte  no seu novo lar, que fica próxima da casa de Lady Catherine de Bourgh, patrona de Mr. Collins e tia de Darcy. Repentinamente, Darcy aparece para visitar a sua tia, passando a encontrar-se com Elizabeth com frequência. Para completa surpresa de Elizabeth, Darcy propõe-lhe em casamento, não sem antes enfatizar que não estava no uso de sua razão por aceitar uma mulher de um estrato social inferior. Elizabeth recusa-o, acusando Darcy de ser prepotente e desagradável e de ter afastado Bingley de sua irmã, além de ter desprezado os desejos do pai a respeito da herança que devia ser destinada a Wickham. Consternado pela sua recusa e pelas suas acusações, Darcy escreve uma carta a Elizabeth na qual revela seu verdadeiro caráter, deixando claro que Wickham havia mentido.
Algum tempo depois, numa viagem aos lagos do norte com os seus tios, Elizabeth acaba por conhecer Pemberley, a mansão de Darcy. Inesperadamente, o próprio Mr. Darcy retorna à propriedade e mostra-se cordial e amigável para com Elizabeth e para com os seus tios, para  sua surpresa. A impressão  de Elizabeth acerca de Darcy naquele momento já se mostrava bastante diferente de quando o conhecera, mas a sua viagem teve de ser bruscamente interrompida quando esta recebe uma carta a avisar de que a sua irmã mais nova, Lydia, havia fugido com Wickham sem se casar. Darcy fica a saber do ocorrido, vai à procura do casal e acaba por convencer Wickham a  casar-se com Lydia.
Bingley e Darcy retornam a Netherfield e o primeiro pede Jane em casamento. Tendo ouvido rumores sobre o afeto de Darcy por Elizabeth, Lady Catherine de Bourgh faz-lhe uma visita, procurando dissuadi-la a se casar com Darcy dada a diferença de classe que os separava. Elizabeth recusa-se a prometer que não se casaria com ele e Darcy, ao saber da reação de Elizabeth, retorna a vila e pede-lhe em casamento novamente, sendo aceite desta vez para surpresa geral.
Na minha opinião este romance gira em torno da questão do casamento. Elizabeth defende a necessidade de escolha e do amor para se casar, enquanto outras personagens, como sua amiga Charlotte, evidenciam o interesse financeiro como a base para essa relação. Embora questões referentes ao dinheiro e à herança nunca saíam do seu horizonte, Elizabeth não as coloca em primeiro plano, afirmando que o casamento deveria-se pautar pelos sentimentos e desejos dos cônjuges. 
Tendo em vista que a protagonista, Elizabeth, defende o seu ponto de vista, podemos inferir que também Austen defendia o valor do indivíduo como ser racional, capaz de tomar decisões e fazer as escolhas que melhor lhe aprouvessem. Todavia, Austen canaliza esse valor para suas personagens femininas. São elas, portanto, que, abandonam a concepção tradicional de casamento, valorizando sentimentos como o amor, a amizade e a afinidade. Isto não significa que as mulheres deveriam fazer uma escolha cega, baseada puramente na paixão, pois isso poderia levar a uniões repentinas e infelizes como no caso da impulsiva Lydia Bennet com o falso Mr. Wickham. As mulheres deveriam procurar um equilíbrio entre a razão e os sentimentos, através do uso do bom senso e da boa educação, o que lhes possibilitaria alcançar um casamento feliz e satisfatório.


Alice

Alice é uma menina muito especial, uma menina que não pode ser classificada segundo a sua idade. Começamos o livro com a descrição de uma menina completamente normal que brinca à beira de um lago como outra criança normal. No entanto, com a passagem de um coelho peculiar, começamos a notar diferenças. O que era suposto ser um acontecimento que causaria medo em qualquer outra criança, causa apenas dúvida na mente de Alice. Esta divergência do que costuma ser comum numa criança também se verifica quando ela cai num longo buraco escuro. Aqui Alice faz introspetivas, preocupasse com as pessoas que podem ser atingidas por aquilo em que mexe, olha para as prateleiras e retira compotas ao longo da longa queda. Qualquer outra criança da idade de Alice teria medo, pavor e horror. Outro modo em que percebemos a maturidade de Alice é quando esta se questiona sobre a sua própria personalidade, duvidando a sua existência. Todos estes comportamentos e atitudes não são próprios de uma criança como as outras. Mesmo assim demonstra também a sua infantilidade quando come o bolo e bebe uma poção para poder aumentar ou encolher de tamanho. E também quando fala com o rato e os pássaros sobre a sua gata, sem noção do quanto isso os ofende. Deste modo, percebemos a peculiaridade de Alice e a dificuldade de a definir como criança ou adulta, visto apresentar características de ambas. Mas conseguimos entender que é uma menina curiosa, alegre e uma criança madura e com pensamentos profundos.

Passado e Futuro?

É sempre difícil para qualquer um escrever uma autobiografia, pois para isso é necessário fazer uma retrospetiva intensa a tudo por que passámos. Então para nós, com tão pouco tempo de experiência de vida é um trabalho árduo pensar num objetivo de vida, algo que ansiamos alcançar um dia. O problema é que quinze anos não são suficientes para determinar o resto de uma vida esperançosa. Temos imensos sonhos, no entanto somos obrigados a escolher desse emaranhado de desejos aquilo que julgamos melhor. A pior parte é a possibilidade de se poder viver o resto dos nossos dias a julgar que a nossa escolha pode não ter sido a mais acertada, de viver pensando no que “poderia ter sido”, se tudo fosse diferente.
                O caminho que me levou até aqui não é o mais interessante que se pode ter, no entanto para mim foi perfeito, não mudaria nada. Estudei e andei sempre no Colégio da Bafureira, a dois quarteirões de minha casa, por isso ia a pé. Esta foi uma importante parte da minha vida, pois foi onde passei maior parte do meu tempo. Sei que não aproveitei a minha infância o máximo que pude, mas quem é que o fez? Diverti-me pois era amigo de todos e não me preocupava com nada, diziam que era amoroso e um bebé rechonchudo. Era extremamente brincalhão e jogava com tudo o que me aparecia à frente. Posso não ter saído para brincar na casa dos outros todas as semanas, mas os meus amigos eram verdadeiros. Gostavas todos uns dos outros e eramos todos melhores amigos. O problema era eu fechar-me em casa a ver televisão e não pensava em jogar futebol como os outros rapazes, por isso sentia-me à parte algumas vezes.
                Chegado o quinto ano, e começado o segundo ciclo, a preocupação desapareceu, tinha novos amigos, sem qualquer ideia de quem eu era e da minha personalidade. Diverti-me como nunca antes. Deixei de ser tímido, mas a minha total felicidade não durou muito. Passado pouco tempo comecei a pensar que eu tinha problemas, que era diferente que não gostava de mim e isso só me fez sentir pior. No entanto, nem isto durou muito, a minha preocupação passou a ser só mesmo “amizade”. Esquecia-me de todos os males assim que começava a falar com os meus amigos.
                O terceiro ciclo foi a melhor altura da minha vida até agora, a minha turma era perfeita e descobri o que era sair sozinho para qualquer lado sem proteção, foi fantástico descobrir a minha nova “liberdade”. Saía todos os dias sozinho e às vezes acompanhado. Todos nos conhecíamos bem e adorávamo-nos. Este período está repleto de boas memórias e é extremamente nostálgico, foi aí que criei amizades inesquecíveis. As histórias que tenho para contar são infinitas e guardo-as no meu coração.
                Agora estou finalmente numa escola diferente, um sentimento que nunca tive, apesar de não sentir um choque de descontinuidade do ensino básico para o secundário, sinto falta de imensos amigos que deixei para trás. Cada um deles deixou uma marca em mim e essa marca nunca desaparecerá. Foram em busca do seu sonho e é o que tenho de fazer.
                Sempre pensei que quando a altura chegasse eu saberia o que iria ser, a verdade é que não sei ainda o meu futuro. Julgo sempre todas as oportunidades mas, quando escolho algo, aparece sempre uma melhor escolha, que me soa melhor. Duvido algum dia ter uma resposta, para mim é tudo um grande “ponto de interrogação”, uma questão não respondida que pode derivar para todas as possibilidades existentes. Acredito que, mesmo quando já tiver acabado os estudos ficarei na incerteza.

Mas esse pesadelo não me assombra mais, sei que vou amar a minha vida com qualquer caminho que escolha, pois “o importante não é a jornada, mas sim os caminhantes que a suportam”, independentemente daquilo que lhes é posto à frente. Com isto refiro-me aos meus amigos e à minha família. A minha educação religiosa leva-me a acreditar que não há nada mais importante do que isso. E isso nota-se pela maneira de como vejo a vida de maneira simples. Deixo esta autobiografia inacabada, assim como todas devem ser, pois nunca sabemos o que nos será atirado à frente e a maneira de como lidaremos com isso.Apenas sabemos que não nos podemos esquecer do Passado e o Futuro é incerto…

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Belos e malditos, Fitzgerald

Belos e malditos
Belos e Malditos, de F. Scott Fitzgerald, trata a história de um casal, Anthony Patch e Gloria Gilbert. Anthony, que assume uma posição central no início, foi criado pelo seu avô, detentor de um grande império, tendo perdido os pais aquando criança. A personalidade de Anthony encontra um conflito: por um lado, é descrito como um homem culto, confiante e conquistador, no entanto, interiormente revela-se tão inseguro e só como era durante a sua adolescência. Anthony não trabalha, vivendo em Nova Iorque despreocupada e luxuosamente às custas do seu avô. Tem o medo constante de estar sozinho, ocupando-se de festas. O seu desejo de não casar muda completamente quando conhece Gloria, por intermédio de um primo dela que é seu amigo. Gloria Gilbert é uma mulher bela e carismática, abordada e desejada por todos os homens. O interesse que os homens têm nela advém não só da sua beleza mas da sua atitude despreocupada e de profundo desinteresse para com eles. Ao início parecem completamente incompatíveis, mas Anthony acaba por conquistar Gloria, sendo também conquistado por ela. Casam-se. No início do casamento, tudo corre bem. Vivem acima das suas possibilidades, dando-se ao luxo de dividir o ano por duas casas, tendo carro, mordomos, tomando as refeições em hotéis ou restaurantes e comprando tudo o que desejam. Gloria tem completo controlo da relação, manipulando facilmente Anthony como se este fosse uma marioneta. Assim que desvanece a paixão e entusiasmo inicial, o casamento é tremendamente abalado. Apesar de viverem de forma exuberante em constante estado de festa, sentem agora a necessidade de se rodearem constantemente de festas, pessoas, bebidas, entretenimento, pois no fundo sabem que tanto se amam loucamente como se odeiam perdidamente. No núcleo deste modelo de vida fantástica está um casamento frágil em que eles não são o suficiente um para o outro. Tal é agravado por problemas financeiros, muito esperados devido à vida ociosa que levavam. Enquadram-se numa sociedade de decadência de valores. As suas atitudes são quase calculadas – não há paixão nem carinho, mas sim recriminação. Anthony torna-se frio e mais difícil de manipular. Gloria sente desprezo pelo esposo, desejando primeiramente a perenidade da sua beleza, dinheiro e um vida confortável. Este constitui o amor tóxico entre eles.
Toda a esperança de um futuro reside no desejo patológico de herdarem a fortuna do avô de Anthony, o moralista Adam Patch, após a sua morte. Ambos caem na vulgaridade, perdem a vida interior com que se seduziram mutuamente.
Quando Anthony regressa do treino militar que teve durante um ano (formação para a 1ª Guerra Mundial), há um temporário regresso ao casal que eram no início. Porém, acabam por cair num casamento perdido que é agravado pelos sérios problemas financeiros, especialmente após não receberem nada da fortuna do avô, que entretanto morrera e deserdara o neto. De Anthony apodera-se um alcoolismo profundo e de Gloria uma depressão não só pela descida social que sofreram mas pela relação de desprezo e repugno que tem com Anthony.
Após um demorado processo contra o mordomo do avô de Adam, que recebera a maior parte da fortuna, finalmente conseguiram recuperar a fortuna a que sempre atribuíam prerrogativas falsas. No entanto, tal não salva a relação. Anthony está perdido, louco. Este é o culminar de sete anos de casamento exuberante.

A partir da leitura da obra é-nos possível concluir que em cem anos muito evoluiu no mundo mas pouco evoluiu no comportamento do ser humano.
Tal mostra uma constante presente no Homem. Essa constante passa muito pela perdição que o ser humano encontra no amor. Essa perdição constitui a grande fragilidade do ser humano – o facto de que o amor pode trazer a maior felicidade na vida mas também a maior desilusão, tristeza e miséria. É assustador para o ser humano a noção de que a sua felicidade, que condiciona toda a sua existência, depende de outra pessoa (ou outras pessoas) – não controlamos a nossa felicidade porque não conseguimos controlar as nossas emoções; sempre assim o foi. A nossa maior fragilidade é congruente com o maior contentamento que podemos ter na vida – o amor.
Também é possível ser extraída uma lição sobre a ganância doentia que resulta da ambição descabida de esforço, sustentada por esperanças. A ambição associada ao esforço pode ser saudável mas, neste caso, residia no destino de outrem. Não é assim que devemos viver.

Tal como o dinheiro não faz a felicidade, não pode recuperar algo desmoronado – mesmo quando receberam a herança, não havia esperança para aquele casamento tumultuoso e inconstante. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Quem é Alice?

       A personagem Alice do conto 'As aventuras de Alice no país das Maravilhas' é uma personagem especial. Esta menina que dá vida à história é repleta de imaginação, devaneios e paixão. Como esta obra é um conto de fadas e uma história para crianças os acontecimentos assumem uma posição incomum e Alice caracteriza-se por ser alegre, ingénua e aventureira. Como não sabe equilibrar a realização dos seus sonhos com a verdadeira realidade Alice é despertada por um forte sentimento de curiosidade tal como podemos observar logo no inicio da história: ao observar um coelho fora do normal, esta não se assusta nem se espanta apenas se limita a persegui-lo para ver até onde ele a leva.
Sem quaisquer hesitações Alice depara-se com um grande e longo buraco negro, para onde saltara o coelho, e salta para lá também determinada a saber para onde o Coelho se dirigia. Qualquer criança nesta situação não teria saltado mas sim recuado com medo. A partir deste momento Alice entra num mundo imaginário onde tudo parece estar virado ao contrário, a realidade que ela conhece transforma-se num inconsciente confuso e desordenado. Não mostrando medo ao deparar-se com o obstáculo que encontra (buraco) esta criança torna-se numa personagem peculiar, conotada como sendo descontraída e corajosa.
Ao chegar ao fim do buraco Alice levanta-se de imediato tentando acompanhar o coelho mas como por magia este desaparecera e Alice ficara agora sozinha e perdida neste novo mundo. Mais uma vez, demonstra a sua valentia ao enfrentar os obstáculos que vão aparecendo, tais como as alterações de tamanho que vai sofrendo ao ingerir o que magicamente lhe aparece, o bolo e a bebida.
Alice, neste capitulo, explora as suas capacidades enquanto impõe novas circunstâncias daí ser dito que esta criança não é igual às outras, é despertado em si a postura de uma heroína, e nem mesmo a sua constante crise de identidade a impede de continuar, questionando-se e desejando mudar o seu tamanho para ultrapassar os obstáculos.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

4.

Nunca tive a arte de prevenir alguém contra mim – também isto agradeço eu ao meu pai incomparável – mesmo quando isso tivesse acabado por ser-me proveitoso. Nunca tive prevenções contra mim, mesmo quando tal possa parecer muito pouco cristão. Pode revolver-se a minha vida em todos os sentidos, que nunca nela se encontrará, senão muito raramente, e propriamente uma só vez, sinais de malevolência dos outros homens contra mim – encontram-se até, pelo contrário, sinais de boa vontade…
 As minhas experiências, e mesmo com aqueles que desiludem toda a gente, depõem em favor deles. Domestico todos os ursos e transmito sensatez aos próprios palhaços. Durante os sete anos que ensinei grego na classe superior do Instituto de Basileia, nunca precisei de aplicar um só castigo; os mais preguiçosos, comigo, eram diligentes. Estive sempre à altura das circunstâncias; é indubitável que não estou preparado para ser meu próprio mestre. Qualquer que seja o instrumento, embora se encontre tão desafinado como está o instrumento «homem», conseguirei sempre, excepto se estiver doente, tirar dele algum melodioso som. Algumas vezes me aconteceu ouvir dizer aos próprios instrumentos que nunca tinha chegado a produzir tais melodias. Quem o deu a entender da mais engraçada maneira foi esse Henrique de Stein, que veio uma vez estar três dias em Sils-Maria, depois de ter tido o cuidado de se anunciar, declarando a toda a gente que não vinha exclusivamente por causa de Engadine. Este homem apreciável, que com toda a impetuosidade de um Junker prussiano se aventurara nos pântanos wagnerianos (e também nos de During) foi, durante três dias, como que transformado por um furacão de liberdade, como alguém que se sente subitamente levantado à própria altura e a quem despontaram asas. Eu não me cansava de repetir que a causa disso eram os ares, que o mesmo se dava com toda a gente e que não estávamos em vão a 6000 pés acima de Bayreuth. Mas ele não queria crer no que lhe eu dizia…
Se, apesar disto, cometeu em relação a mim algumas grandes e pequenas infâmias, não há que buscar a razão disso na «vontade», e ainda menos na «má-vontade». Eu teria antes razões para me queixar da «boa vontade» que para comigo durante tantos anos mostrou.

A minha experiência dá-me o direito de desconfiar, de maneira geral, dos chamados instintos «desinteressados», desse «amor ao próximo» sempre disposto a socorrer e a dar conselhos. Tal amor aparece-me como debilidade, como caso particular da incapacidade de reagir contra os impulsos. A piedade só nos decadentes é virtude. Censuro nos misericordiosos irem facilmente contra o pudor e o sentimento das distâncias. A compaixão degenera, num abrir e fechar de olhos, em coisa da populaça e acaba por tomar grosseiro aspecto. As mãos piedosas podem ter acção destrutiva nos grandes destinos, atacar a solidão magoada, o privilégio que uma grande falta confere. Dominar a piedade constitui para mim nobre virtude: descrevi, sob o nome de Tentação de Zaratustra, aquele momento em que um grito de angústia chega aos ouvidos de Zaratustra e em que a compaixão o invade, último pecado capaz de o tornar infiel a si próprio. É aí que importa dominar-nos; é aí que importa conservar a grandeza da nossa missão, livre do contacto de todos aqueles impulsos vis e mesquinhos que actuam nas acções que se dizem desinteressadas. E eis a prova, talvez decisiva, que teve de fazer Zaratustra, a verdadeira demonstração da sua força.

Nietzsche, Ecce Homo, como se chega a ser o que se é

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Frio em Pleno Verão

 Olho para a janela… O sol encontra-se escondido por entre as nuvens negras que ameaçam chover. Carregadas de dor e sofrimento não fazem ideia de partir tão cedo. O vento gelado, cortante e violento desfolhas as árvores que se encontravam em flor, árvores carregadas de alergia de viver e esperança. A neve cobre o solo, obrigando as plantas e os animais a recolherem-se sobre si próprios. O frio é de tal modo insuportável que agarro a minha manta com todas as minhas forças. É o meu pequeno refúgio à  dura realidade que não quero enfrentar, pelo menos não tão cedo. Sinto-me sozinha como nunca antes senti mas também recuso a companhia dos outros.
  Só quero esconder-me dentro dos lençóis e esquecer que este mundo existe, que tu existes!
 Tento afastar da minha cabeça as memórias que tenho de ti, mas parece que quanto mais as tento afastar mas elas teimam em permanecer. É desesperante esta situação pois causam em mim um misto de dor e tristeza. O cérebro recusa-se a obedecer-me, obrigando-me a reviver aqueles momentos que partilhei contigo, agora dolorosas recordações. A dor de cabeça é imensa e a minha cara encontra-se ensopada em lágrimas, dos soluços mal consigo regularizar a respiração, sinto-me sufocada. Enquanto a minha mente é levada num recuar do tempo, tenho a sensação de que alguém entra no quarto. Sinto uma  mão gentil a acariciar o cabelo e por momentos até penso que és tu D, mas não. Estão todos preocupados porque ainda não comi nada. Não percebem que quero ficar sozinha? Com o que resta das minhas forças, empurro essa mão que me tenta consular na esperança que abandone o meu quarto. Ao ouvir o bater da porta, apercebo-me de que a minha intenção é bem sucedida.
 Adormeço por fim mas mesmo no sono não tenho descanso. Dentro da minha cabeça sou transportada para um cenário completamente diferente, que rapidamente reconheço. É noite de Verão, no ar é notável uma brisa quente devido ao calor que tinha estado durante o dia. Sempre achei maravilhoso o facto de as estrelas serem mais visíveis no campo do que na cidade, e como naquela noite elas brilhavam! Deitados na relva, estamos tu e eu a rebolar no meio de um campo de oliveiras e silvas. Os nossos olhares cruzam, permanecemos parados durante um momento, acabando por nos afastar. Como se fizéssemos zaping numa gravação, vislumbro agora o momento em que tu me roubas um beijo. O que antes tinha sido uma chama a percorrer-me o corpo era agora uma sensação de ardor no coração. 
 A dor é de tal forma intensa que acordo.  
 Como odeio chorar! Não sou uma rapariga que goste de demonstrar os seus sentimentos, de facto, tento ao máximo encobri-los para que ninguém os descubra. Não gosto de parecer fraca perante os outros mas quando me encontro sozinha é inevitável continuar a resguardá-los dentro de mim.
 Oh D, está a ser tão difícil esquecer-te! Eu tento pensar naquilo que acordámos na altura, mas eu continuo a gostar de ti e isso é não é algo que desapareça do dia para a noite. Eu não posso gostar de ti e ponto final; mas mais importante do que isso é não deixar que tu te apercebas do que se está a passar, se tu descobrisses…
 Ninguém pode saber!
 Deixem-me superar este estúpido estado de "luto", e talvez daqui a algum tempo possa desfrutar do bom tempo que se encontra lá fora, aliás o dia mais quente do ano, mas por enquanto prefiro o meu inverno inóspito.

Quem é Alice?
 A Alice revela ser uma rapariga inocente, modesta, pura, distraída, sensível e sobretudo especial. 

Um bom exemplo disso foi quando a Alice tinha bebido uma garrafa que a fez diminuir de tamanho de modo a ficar mais pequena que a própria mesa que encontrava se debaixo da garrafa. Depois de Alice ter bebido tudo e de ter descido de tamanho esquecera-se da chave  para abrir a porta para o corredor pequeno que leva a um jardim belíssimo.Assim não servia de nada ser pequena se não tinha a chave. Alice ao dar-se conta disso começou a chorar bastante.


 Até agora Alice já demonstrou ser inocente distraída e sensível, mas a seguir ainda irá demonstrar outra caraterística, ainda mais interessante e curiosa que as outras: ela finge que é duas pessoas, e usa uma para dar conselhos á outra , ou seja, para dar conselhos a si mesma. Então aí essa "outra pessoa" lhe falou para parar imediatamente de chorar de uma forma bastante severa para consigo própria o que mostra como é especial e diferente de todas as crianças. Ela normalmente dá conselhos a si própria mostrando duas facetas diferentes: a primeira emocional e frágil e a outra mais funcional, eficaz, mais adulta, menos emotiva. Esta última dá conselhos á primeira mas esta acaba por não obedecer nem seguir os conselhos.      

domingo, 24 de novembro de 2013

Quem é Alice?


Quem é a Alice no país das maravilhas?


O livro conta uma história de uma menina chamada Alice em que cai numa toca de coelho e que é transportada para um lugar fantástico, vivendo lá criaturas inacreditáveis e pensando que essa realidade era um sonho. 

Alice é uma menina bem educada, curiosa, racional, corajosa. Vai fazendo considerações à medida em que ela aventura. Fala muito consigo própria, como estivesse a falar com outra pessoa na realidade. Não tem medo de nada, e deixa-se levar com muita facilidade tudo a que impressiona. Está sempre alerta para o que ai vem e não tem problemas em falar com as criaturas místicas que vai conhecendo…falando sempre da sua gata, a Dinah! Faz novos amigos e não se importa como elas são. Arranja sempre uma nova solução para as confusões que vão surgindo ao longo do livro.

Quem é Alice?

Quem é Alice? Alice, uma personagem da história Alice no País das Maravilhas, é uma menina diferente.
Alice vive entre o mundo real e o mundo fictício, ou seja, muitas vezes não consegue distinguir o que é real daquilo que não o é
Existem momentos em que se nota que ela é uma criança normal ingénua e muito curiosa, mas existem também momentos em que Alice se torna numa “menina crescida”, em alguém com maturidade suficiente para se autocriticar (por vezes muito severamente) como se já tivesse experiência suficiente para analisar a situação de outra maneira.
Um exemplo da ingenuidade de Alice e da “abertura” dela a novas experiências é o de quando Alice vê um coelho a andar e a falar como um humano e acha bastante normal mas, quando mais tarde vê o mesmo coelho a tirar o seu relógio do bolso é que acha estranha a situação e se apercebe que anteriormente também deveria ter achado estranho por isso, decide ir averiguar a situação mostrando mais uma vez que é muito curiosa.
Esta Alice bipolar é outra vez demonstrada na altura da queda na toca do coelho pois ela, durante a queda vai filosofando sobre coisas que normalmente, uma pessoa na situação dela não se iria preocupar em fazer.
Alice é uma menina muito distraída pois perde-se com tudo aquilo que está à sua volta em vez de se concentrar no que tinha em mente fazer de início. É uma menina muito destemida pois não tem problemas nenhuns em tentar coisas que não sabe do que se trata ou de falar com alguém que não conhece, nunca deixando de reconhecer que não foi assim que foi educada.
Alice demonstra um grande afecto pela sua gata, Dinah, pois está sempre a falar nela. Ela por vezes erra, não propositadamente, e começa a chorar por ter errado mas, logo a seguir repreende-se a acaba por arranjar outra solução para o problema.


Acho que ao longo deste livro Alice se vai tornar uma menina ainda mais interessante.
Quem é Alice?
Alice é uma menina muito peculiar. Alice é muito curiosa e criativa. Não põe limites à sua imaginação. Ela não precisa de ninguém. Ela sozinha lança os foguetes, faz a festa, e apanha os  despojos. Fala consigo mesma, repreende-se a si mesma e chora bastante.
É uma rapariga muito interessante que não tem medo de explorar os caminhos que encontra. E costuma-se perder nos meios , em vez de se concentrar no que planeava fazer de inicio. Alice deixa-se levar pelo rumo dos acontecimentos, e interessa-se muito rapidamente por algo.
Não tem medo do que está à sua frente, pois o seu corpo está totalmente preenchido pela curiosidade. Alice ao encontrar alguém, não tem qualquer problema em falar com ela, conhecendo-a ou não.
Quando algo corre mal, primeiro chora até não poder mais e repreende-se por estar a chorar, mas rapidamente arranja uma solução. Alice tem sempre confiança que tudo se remediará.

Alice demonstra uma alma muito inocente e pura, e por vezes faz coisas mal, mas não é propositadamente.  Esta também demonstra uma grande afeição pela sua gata, a Dinah, e refere-a sempre que pode com quem estiver.

sábado, 23 de novembro de 2013

Texto Autobiográfico: Um Exame de Piano

Existiu um momento na minha vida do qual nunca me vou esquecer. Este momento foi o meu primeiro exame de piano. Na altura já tocava piano há quatro anos e a minha professora propôs-me fazer um exame. Inicialmente não o queria fazer porque ia ficar nervosa mas depois pensei que seria uma experiencia diferente para evoluir.
Para fazer o exame de primeiro grau da Trinity College London tive de aprender três peças, escalas e exercícios. Estudei durante meses para aquele dia! Lembro-me de pensar quem seria a pessoa que me haveria que avaliar ou se a meio da audição fizesse um erro...bem, nem me lembro se cheguei a fazer algum erro.
Um mês antes do exame existiu uma espécie de simulação, esta simulação não correu como eu esperava, fiquei muito nervosa e tive de começar uma das três peças de novo. No dia seguinte passei a maior parte do dia a estudar essa peça. Na ultima aula antes do exame perguntei à minha professora como é que seria se errasse alguma nota, ela respondeu que se me enganasse o melhor era respirar fundo e fingir que não tinha acontecido nada. No final dessa aula deu-me um último conselho, não tocar piano no dia anterior ao exame.
No dia anterior não tinha dormido muito bem por causa dos nervos, passei o dia todo a pensar como seria o exame. Nesse dia não toquei no piano como me foi recomendado. Antes de me ir deitar pensei para mim mesma, ”amanhã por esta hora já fiz o exame”.
No dia do exame acordei, fui para a escola e a meio de uma aula fui-me embora todos me desejaram boa sorte. A minha mãe foi-me buscar e fomos diretamente para a minha escola de música. Quando entrei vi logo a minha professora que me disse que o examinador era muito simpático e sabia falar um pouco de espanhol. Esperei vinte minutos e a minha mãe fez-me uma traça para o cabelo não me ir para a cara. Antes de entrar na sala estava muito nervosa, não me lembro de outro momento na minha vida em que tenha estado tão nervosa. Quando a minha colega que tinha tido exame antes de mim saiu disse-me que o examinador era muito simpático e desejou-me boa sorte.
Quando entrei reparei que a sala, que costumava estar cheia de cadeiras, estava vazia e apenas tinha um piano e uma secretária. A primeira coisa que ouvi foi um ”bom dia” com um sotaque britânico. Respondi com outro bom dia e sentei-me em frente ao piano, pus as pautas à minha frente. Comecei com as três peças, depois algumas da escalas e exercícios. A parte mais difícil já tinha passado, só faltava o teste oral. Após ter feito tudo, esperei que o examinador somasse os pontos e me mandasse embora. Pareceu uma eternidade mas antes de sair perguntou-me se tinha corrido bem  eu respondi que sim e ele respondeu que também achava o mesmo. Sai da sal e desejei-lhe o resto de um bom dia.
Quando fui ter com a minha mãe e a minha professora a primeira coisa que fizeram foi perguntar-me como tinha corrido e eu disse que tinha corrido bem, mas estava quase a chorar. Elas disseram-me para ir lavar a cara que depois continuava-mos a conversa quando estivesse mais calma. Fui lavar a cara e quando voltei fui almoçar. Nesse dia tinha tarde livre por isso fui almoçar fora.
Durante o almoço a minha mãe perguntou-me porque é que estava quase a chorar depois do exame e respondi que não sabia porque é que tinha reagido daquela maneira. Hoje acho que foi porque tinha trabalhado tanto para aquele momento e tinha sido tudo tão rápido. Acho que por vezes os momentos curtos são tão particulares que passam a ser inesquecíveis pelo seu significado todo. Aquele momento foi fruto de tanto trabalho como nunca tinha tido na minha vida.
Senti-me muito orgulhosa no mês seguinte quando soube que tinha passado com mérito!