terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Salmo 137: 1-9

Junto aos rios da Babilónia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas; ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião! " Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira? Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti! Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior alegria! Lembra-te, Senhor, dos edomitas e do que fizeram quando Jerusalém foi destruída, pois gritavam: "Arrasem-na! Arrasem-na até aos alicerces! " Ó cidade de Babilônia, destinada à destruição, feliz aquele que lhe retribuir o mal que você nos fez! Feliz aquele que pegar os seus filhos e os despedaçar contra a rocha!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Apresentação do livro "Medeia"

A obra Medeia, escrita por Séneca, é apenas uma obra escrita da peça Medeia escrita por Eurípedes (dramaturgo grego) no ano de 431 a.C. Esta obra é uma tragédia grega consistindo em temas mitológicos estando a sua estrutura dividida em 5 atos ou episódios, um coro e os metros líricos nas odes corais. O centro do espetáculo teatral gira em torno do destino infeliz do herói, neste caso Medeia. Neste livro é retratado um acontecimento doloroso e catastrófico para descrever o desenlace de uma paixão que terminou em assassinatos.
Neste livro a personagem principal é Medeia, ou também chamada de o herói da tragédia. É uma personagem que personifica a revolta de uma mulher apaixonada que perde o marido por quem abdicou de muitas coisas. É vingativa, impulsiva e desafiadora e muito dinâmica do ponto de vista psicológico porque atenta a tudo o que a rodeia e com isso vai construindo o seu plano de vingança. Filha de Eetes, rei da Cólquida, esposa de Jasão. Jasão é uma das vitimas de Medeia. Filho de Éson, antigo rei de Iolco, marido de Medéia. É pusilâmine, ingrato e desrespeitador visto que nunca cumprira mas promessas que fizera no passado aos Deuses. A Ama de Medeia vive em torno da sua senhora e aconselha-lhe constantemente moderação e reflexão para os atos que planeia fazer. As suas palavras sugerem segurança e contentação e não justiça ou bem. O Coro é formado por vários homens ou mulheres que odeiam Medeia, e apoiam as novas bodas entre Jasão e Creúsa (nova mulher de Jasão pela qual este deixou o casamento com Medeia) celebrando-o com cantos. E por fim temos Creonte, Rei de Corinto, pai de Creúsa e futuro sogro de Jasão. Tem medo de Medeia e das suas vinganças e pede aos seus escravos que a afastem dele fazendo com que toda a responsabilidade dos crimes cometidos anteriormente recaiam apenas sobre Medeia.
Nesta obra existem mais personagens. Embora muito secundárias: O Mensageiro e o Coro de Coríntios e mudas: os dois filhos de Medeia e Jasão e os Soldados e Servidores de Creonte.

Jasão conheceu Medeia em Cólquida, durante uma expedição, e lá se casou com ela. Porém devido a alguns acontecimentos  trágicos ambos tiveram que fugir do reino da princesa, estabelecendo-se em Corinto. Por essa razão a tragédia passa-se em Corinto, à entrada da casa de Jasão e de Medeia. Jasão anuncia a Medeia que quer terminar o seu casamento com ela porque este se iria casar com a princesa de Corinto, Créusa e que Medeia futuramente teria de abandonar o reino de Corinto. Perante tal noticia Medeia começa um monólogo consigo mesma invocando os Deuses e lamentando-se por Jasão a abandonar a si e aos seus dois filhos. Sentido-se humilhada e abandonada depois de tudo o que fez para ajudar Jasão, Medeia começa a planear um plano de vingança com o intuito de matar a futura noiva pois culpa-a como a responsável pelos seus sofrimentos. Assim depois de ela ser morta Jasão iria cair na solidão e sofrer o seu triste caminho.
Depois de Medeia sair de cena, entra o Coro que canta um epitalâmio (poema que celebra as bodas) em nome de Jasão e Creúsa, referindo diversos nomes de Deuses e agradecendo-lhes por terem feito a união entre estas duas pessoas.
Após esta intervenção coral, entra novamente Medeia mas desta vez acompanhada pela sua Ama. Esta última teme pelo estado de Medeia e que ela faça algo de drástico. Aconselha-a de todas as maneiras que pode dizendo-lhe que a única solução é mesmo aceitar o fim do casamento e poupar ameaças e alertando-a que se Medeia não sair do reino de Corinto o Rei e o seu exercito a poderiam matar. Mas Medeia não se deixa oprimir e quer levar o seu plano a avante, não aceita a hipótese de fugir justificando-se que já fugiu o suficiente no passado. Agora o seu plano não abrangia apenas a morte de Creúsa mas também a morte de Creonte.
Segue-se a visita de Creonte a Medeia que lhe ordena que saia imediatamente do seu reino e diz-lhe abertamente que conhece a sua vingança. Medeia era conhecida em toda a Grécia pelos seus poderes e Creonte conhecia-os bem, temendo por isso pelo bem de sua filha e de si próprio. Nesta cena são realçados muitos dos crimes que Medeia cometeu:

a) a morte de Apsirto (Medeia, quando foge de Cólquida com Jasão sabia perfeitamente que o seu pai os ia perseguir e para o atrasar leva consigo o seu irmão e durante a viagem mata-o e despedaça-o, dispersando os restos mortais pelo caminho porque sabia que o seu pai os ia recolher para lhe dar a devida sepultura.)
b) A morte de Pélias (Pélias era rei de Iolco. Segundo umas versões Pélias usurpou o trono ao irmão, noutras ele era o legítimo governante. Medeia sendo conhecida pelos seus atos mágicos, enganou as filhas de Pélias dizendo-lhes que deviam cozer os membros do pai, para o rejuvenescer. Desta forma Pélias não resistiu e morreu). Porém Medeia convence Creonte a conceder-lhe mais um dia no seu reino dizendo-lhe que era o suficiente para se despedir dos seus filhos mas na verdade esse mesmo dia seria o suficiente para Medeia preparar a sua fria vingança.
Medeia finalmente encontra-se com Jasão, o seu ex marido, e convence-o de que está arrependida pelas coisas que lhe disse e que fez. Assumindo uma posição de falsidade, Medeia manda pelos seus filhos presentes para Creúsa, que estão envenenados e desta forma a princesa morreria. Creúsa coloca as presentes que os seus enteados lhe ofereceram e começa a arder em chamas. Creonte sem saber o que fazer ajuda a sua filha mas acaba também por se queimar e morrer. O Mensageiro conta que a princesa e o rei estão mortos e o Coro prenuncia as suas mortes.
Sabendo desta noticia e muito perturbado, Jasão teme pela segurança dos seus filhos e corre para casa de Medeia. Medeia mata o primeiro filho em frente aos olhos de Jasão e depois de subir ao telhado, carregando o filho morto e acompanhada do seu outro filho, acaba por matar o segundo.
Assim termina a vingança de Medeia retirando tudo ao homem que amava: o seu verdadeiro amor e a sua descendência.
Nesta obra predomina essencialmente a vingança por amor ódio. Medeia não suportava ver Jasão com outra mulher sabendo que deixara toda a sua vida para trás. Por isso começa a planear a melhor forma de ver sofrer a pessoa que mais ama. Desta maneira demonstra simultaneamente ódio por ele acabando por matar os seus próprios filhos e todos os obstáculos que impediam a sua felicidade. Na minha opinião apesar de ser uma história curta (em termos de páginas) cada acontecimento tem uma valor muito profundo e único o que enriquece a obra, e o tema desenvolvido.