domingo, 23 de março de 2014

O Conceito de Justiça em Alice

  O conto de “Alice no País das Maravilhas” relata a história imaginária de uma jovem menina chamada Alice, que, enquanto estava com a irmã à beira-rio sem nada para fazer, adormece e é transportada para um local onde a imaginação é regente e a realidade vê-se virada do avesso. Tudo por seguir um coelho realmente invulgar e cair num poço sem fundo.
  Neste mundo, Alice depara-se com diversos pontos de vista contraditórios, não só entre si, mas também com o que ela está habituada. Para além disto, ela também se depara com mudanças consigo própria, cresce e diminui e cada mudança traz um sentimento diferente. Ao crescer sentiu um acréscimo de responsabilidades e ao diminuir sentiu-se insignificante. Isto é tudo referente às mudanças sentidas à medida que crescemos.
  No País das Maravilhas, também o conceito de Justiça encontra-se adulterado e deturpado em relação ao que é considerado Justiça no mundo real. Mesmo sabendo que este tema é muito subjectivo, conseguimos ver a diversificação que adquire neste mundo oposto. Isto também se pode incluir na ideia de crescimento, pois muitas vezes nos sentimos injustiçados e que ninguém nos compreende. Como quando o Rato é julgado pela Cadela Fúria e, como esta é mais poderosa, auto proclama-se juíza e jurada, defendendo os seus interesses. Para nós é completamente injusto, mas no País da Maravilhas é aceite. Ou quando o Valete é injustamente acusado de roubar as tartes e é julgado pelo Rei e pela Rainha, tentando-o condenar à morte, mesmo sem a existência de provas ou testemunhas. Ou ainda, quando a qualquer passo a Rainha manda decapitar quem não esteja a agir especificamente como ela quer. Aqui não há qualquer sentido de justiça capaz de beneficiar todos de um mesmo modo e haverá, sempre, injustiçados.
  Neste mundo existe uma enorme anarquia, pois o poder da Rainha e do Rei acabam por ser meramente aparentes. Isto porque, as ameaças acabam sempre por não passar disso, meras ameaças sem nunca haver verdadeiro castigo.
  Este livro nota-se que não é meramente Infantil, pois a ideia subjectiva que contem exige um enorme poder de compreensão. Podemos perceber que se pode referir às diversas mudanças, físicas e espirituais, sentidas durante o nosso crescimento. E também se pode servir como uma crítica em relação ao nosso mundo, pois também muitas vezes ouvimos e sentimos no nosso quotidiano inúmeras injustiças. Como quando os “poderosos” dominam os mais “insignificantes” e estes são obrigados a obedecer. Por isso é exigida maturidade ao ler este livro, para se entender o seu significado “escondido”.

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