quarta-feira, 26 de março de 2014

O Conceito de Justiça em Alice

A ideia de justiça no livro "A Alice no País das Maravilhas" nota-se fundamentalmente, na minha opinião, nos capítulos onze e doze. 

Nestes capítulos, o Valete é acusado de roubar as tartes da rainha de copas e apesar de não terem provas de ter sido ele, a rainha e o rei tentam incrimina-lo e condená-lo à morte. É aqui que se demonstra claramente os ideais de justiça neste livro, onde o juiz é o Rei e os jurados são animais que se comportam como humanos. 

Estes critérios são diferentes dos que usamos, pois este tribunal tem alguns traços de anarquia e há um grande abuso de poder como se vê em certos acontecimentos no livro, como as ameaças da rainha de copas e do rei às testemunhas.

Neste livro Alice deixa o seu confortável mundo e vai para um mundo inconsciente onde a sua imaginação e a fantasia, prevalecem, visto que esta história reflete as mudanças da adolescência bem como as crises emocionais e de identidade.

Na minha opinião, devemos alcançar aquilo a que temos direito, incluindo a nossa dignidade e existência como pessoas, mas também sermos capazes de aceitar a Realidade e o Mundo em que estamos inseridos.

domingo, 23 de março de 2014

O Conceito de Justiça em Alice

  O conto de “Alice no País das Maravilhas” relata a história imaginária de uma jovem menina chamada Alice, que, enquanto estava com a irmã à beira-rio sem nada para fazer, adormece e é transportada para um local onde a imaginação é regente e a realidade vê-se virada do avesso. Tudo por seguir um coelho realmente invulgar e cair num poço sem fundo.
  Neste mundo, Alice depara-se com diversos pontos de vista contraditórios, não só entre si, mas também com o que ela está habituada. Para além disto, ela também se depara com mudanças consigo própria, cresce e diminui e cada mudança traz um sentimento diferente. Ao crescer sentiu um acréscimo de responsabilidades e ao diminuir sentiu-se insignificante. Isto é tudo referente às mudanças sentidas à medida que crescemos.
  No País das Maravilhas, também o conceito de Justiça encontra-se adulterado e deturpado em relação ao que é considerado Justiça no mundo real. Mesmo sabendo que este tema é muito subjectivo, conseguimos ver a diversificação que adquire neste mundo oposto. Isto também se pode incluir na ideia de crescimento, pois muitas vezes nos sentimos injustiçados e que ninguém nos compreende. Como quando o Rato é julgado pela Cadela Fúria e, como esta é mais poderosa, auto proclama-se juíza e jurada, defendendo os seus interesses. Para nós é completamente injusto, mas no País da Maravilhas é aceite. Ou quando o Valete é injustamente acusado de roubar as tartes e é julgado pelo Rei e pela Rainha, tentando-o condenar à morte, mesmo sem a existência de provas ou testemunhas. Ou ainda, quando a qualquer passo a Rainha manda decapitar quem não esteja a agir especificamente como ela quer. Aqui não há qualquer sentido de justiça capaz de beneficiar todos de um mesmo modo e haverá, sempre, injustiçados.
  Neste mundo existe uma enorme anarquia, pois o poder da Rainha e do Rei acabam por ser meramente aparentes. Isto porque, as ameaças acabam sempre por não passar disso, meras ameaças sem nunca haver verdadeiro castigo.
  Este livro nota-se que não é meramente Infantil, pois a ideia subjectiva que contem exige um enorme poder de compreensão. Podemos perceber que se pode referir às diversas mudanças, físicas e espirituais, sentidas durante o nosso crescimento. E também se pode servir como uma crítica em relação ao nosso mundo, pois também muitas vezes ouvimos e sentimos no nosso quotidiano inúmeras injustiças. Como quando os “poderosos” dominam os mais “insignificantes” e estes são obrigados a obedecer. Por isso é exigida maturidade ao ler este livro, para se entender o seu significado “escondido”.

Não Trago Recordações

Não trago recordações. 
Escolheria as que não interessam a ninguém. 
Como se erguesse contra mim o tiro de uma arma
ou acabasse de ler as disposições da comuna 
sobre as mulheres. 
Precisamos um do outro 
esta noite 

ferido por uma bala. 

Os dois os três dias que se vão seguir. 
Os envelopes foram destruídos. 
As coisas 
as cartas 

O tempo é sempre magnífico. 
Terra povoada de gente 
mil e uma coisas que fazem uma arma 
soltar o corpo para o corpo de outro corpo.

As frases começadas 
hei-de um dia os mundos desta vida.

João Miguel Fernandes Jorge, in "Meridional"

Interpretação:
            O poema fala-nos de quase que uma ideia oposta de “recordação” e “interesse dos outros” no início do mesmo. O «eu» recorda os momentos passados com o outro, o seu amor, a sua paixão com quem manteve uma relação de cumplicidade. O poema remete para uma ideia de passado, um passado cujas memórias se desvanecem e dissipam, como é visível nos versos: «Os envelopes foram destruídos./ As coisas/ as cartas». O que pode significar que estas memórias possam ser pérfidas e maliciosas para, não só o sujeito poético, como também para o seu enamorado. Ao exclamar «Ferido por uma bala», expõe o modo como sofreu e sofre com a ausência “do outro”.
            Por isso tudo, o «eu» aposta no Presente. «Precisamos um do outro/ esta noite». E deixa-nos a entender que fará o mesmo com o futuro: «Os dois, três dias que se vão seguir», «As frases começadas/ hei-de um dia os mundos desta vida». O que remete para uma ideia de esforço para concretizar os seus desejos e ambições e corrigir tudo o que não o foi.

            O sujeito poético precisa “do outro” e também o deseja, anseia o seu corpo, o seu toque e o seu calor: «soltar o corpo para o corpo de outro corpo». Sendo aqui retratado, não só, mas também um amor físico e ardente para além da paixão espiritual. Quando este afirma que: «O tempo é sempre magnífico» refere-se novamente ao facto de as memórias poderem ser dolorosas, sendo que o tempo contribui para a sua erosão.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Interpretação do poema

um risco na página
um gesto furtivo
um movimento
de queda
na sombra
da sombra
de um corpo, uma boca
: alguém chama — palavras contra
o sentido, contra a direcção
do vento
(Manuel Gusmão)

  O poema fala sobre a própria criação de um poema, sobre as fases da escrita e do pensamento do poeta durante a sua elaboração.
  A escrita de um poema começa de forma hesitante: uma linha sobre o papel, uma palavra, uma ideia. Assim como refere o primeiro verso («um risco na página»), é do primeiro traço que nasce o poema. Quando o sujeito poético – que seria o próprio autor – começa o poema, os seus movimentos são prematuros, subtis e curtos («um gesto furtivo»), as ideias ainda estão a desabrochar, ainda são confusas e desorganizadas.
  O poema também fala sobre a própria conceptualização do poema. Para escrevê-lo o sujeito poético tem de ir ao fundo de si mesmo, da sua mente, da sua experiência de vida e dos seus sentimentos. Assim como diz nos versos quarto, quinto e sexto, é preciso cair dentro das sombras, dentro do irreal, e procurar as coisas que não podem ser visualizadas à superfície.
  As palavras organizam-se, seguem as ideias, e ainda assim não têm necessariamente de fazer sentido. A poesia implica ver para além do que é visível, para além do sentido literal das palavras, do que as pessoas que a leem estariam à espera (por isso, é feita de «palavras contra o sentido»).
  Penso que o poema, para além de falar sobre a criação do próprio poema, também fala de como ele pode ser interpretado por cada pessoa. Os leitores começam por olhar para o poema, para as palavras que estão escritas nele, e depois vão furtivamente desvendando os seus significados. Assim como o autor, têm de utilizar as suas experiências de vida para interpretar o poema, têm de adentrar nos cantos da sua própria mente para encontrarem o seu significado; e têm de criar a sua ideia do poema, independentemente dela condizer com a do autor, ou com a de outro leitor. É preciso dar-lhe um sentido pessoal, seja real ou não.


(Será que o/um poema se faz a si próprio?)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


No Dia que para Sempre Separámos  do Corpo

No dia que para sempre separámos do corpo,
havia nesse dia sobre o livro de gravuras
um insecto com os breves sinais de uma aranha.

Esperávamos um recado que se fez esperar e
tinha as mãos no rosto e fora meu.
A medo a dor para onde não sei bem levava a dor
o rosto.

Havia tudo um pouco misturado. Antigas cartas
velhos poemas.
Até do outro lado da janela víamos tristes
tristes rapazes jogando a bola,

corpo jogado sob o vento de abril e o de
março.

Dentro do quadro via a camisola de lã branca
e o que de loiro havia do recente sol
via a dor o recado desejado no negro azul
das aves.

Sobre o céu, o mar, esse tinha-lo agora nos novos
olhos.

João Miguel Fernandes Jorge, in "Continentes e Desertos"


Interpretação do poema
Este poema tem como tema central a morte. Apesar de a nunca ter referido diretamente. Neste poema é referido a tristeza e a dor deste acontecimento bem presente nas pessoas, nos objetos e na própria natureza. A tristeza era tão grande intensidade que até parecia que os rapazes que estavam a jogar a bola sabiam desta morte e se sentiam tristes por causa disso. Aqui até parecia que a própria natureza lamentava de tal forma que o cenário parecia tendencialmente negro e escuro onde o claro e brilhante do sol tinham desaparecido, o que representava essa tristeza. Aqui é referido um recado que era esperado e importante. O recado devia ter uma mensagem importante. Esse recado pertencia á pessoa que morreu e que infelizmente  não pode entregar a quem queria entregar e nunca o poderá fazer, sendo agora tarde demais para o fazer, de modo que esse recado, muito provavelmente, nunca será lida pelas pessoas destinatárias, o que agrava o cenário. Aqui neste poema é demonstrado a procura e desespero das pessoas que esperavam esse recado e agora o procuram entre vários poemas e cartas antigas para um último adeus, um último contacto, mas não o encontraram.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Apresentações do 2º Período

LIVRO
10B
10C
10D
10E
O Coração das Trevas, de Joseph Conrad
3.António
26.Thomas
13.Luís
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Narciso e Goldmundo, de Herman Hesse
30.Vítor
6.Oliveira
26.Rodrigo
2.Artur
Werther, de Goethe
25.Pat.Duarte
28.Vasco
15.Madalena
14.Lourenço
Cadernos do Subterrâneo, de F. Dostoievsky
20.Missa
15.Miranda
--------------
7.Duarte
Afinidades Electivas, de Goethe
5.Morais
20.Mariana
12.J.Afonso
16.Manuel
Uma Abelha na Chuva, de Carlos de Oliveira
4.Claro
16.José
10.Inês
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Um Auto de Gil Vicente, de Almeida Garrett
15.Henrique
24.Abrantes
21.M.Martins
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Aparição, de Virgílio Ferreira
28.Sara
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Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro
11.Catarina
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-------------
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Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto
14.Gonçalo
18.Manuel
5.Diogo
8.Freire
Confissões, de Santo Agostinho
21.Silva
25.Paraíso
11.Ruivo
9.Gonçalo
Banquete, de Platão
18.Belo
27.Tomás
17.Banquete
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A Sibila, de Agustina Bessa-Luís
7.Tacão
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Vale Abraão, de Agustina Bessa-Luís
6.Magalhães
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22.Mónica
11.I.Neves
Morreste-me, de José Luís Peixoto
13.Francisco
3.Bernardo
27.Tiago
15.Mafalda
Seara de Vento, de Manuel da Fonseca
2.Alexandre
1.Afonso
23.Nicole
17.Nuno
De Profundis, de Oscar Wilde
17.J.Almeida
9.Proença
28.Gonçalo
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Memórias do Cárcere, de Camilo Castelo-Branco
22.M.Almeida
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Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
29.Sofia
22.Melissa
16.Margarida
20.Rafaela
Morte em Veneza, de Thomas Mann
23.Mónica
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O Pintor da Vida Moderna, de Charles Baudelaire
1.Alexandra
5.Barroso
8.Filipa
24.Sandra
A Paz Perpétua, de E. Kant
31.M.Vieira
2.André
7.Eduardo
13.Espinha
Crónica de D.João I, de Fernão Lopes
19.Queirós
8.Coelho
24.Pedro
5.Baptista
Húmus, de Raúl Brandão
27.Rodrigo
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Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez
12.Diana
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18.Constança
6.Jesus
Madame Bovary, de G. Flaubert
24.Pat.Gonça.
12.Jessica
4.Catarina
4.Carol.Antunes
Noite, de Elie Wiesel
26.Pedro
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19.Conceição
19.Couto
Vida Nova, de Dante Alighieri
16.Inês
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20.M.Mancelos
12.I.Coutinho
Levantado do Chão, de José Saramago
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14.Fatela
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10.Henrique
O Cavaleiro Inexistente, de Italo Calvino
8.Bruno
21.Martim
25.Ricardo
23.Tiago
Terna é a Noite, de Scott Fitzgerald
9.Lorena
13.Joana
9.Francisca
22.Rita
Tristão e Isolda, de autor desconhecido
10.Carol.Santos
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2.Ana Sofia
3.Carol.Esteves
O Crepúsculo dos Ídolos, de Fr. Nietzsche
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7.Diogo
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Ligações Perigosas, de Ch. De Laclos
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19.Maria
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Robert Frost e Os Marginais
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11.Hugo
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O Príncipe, de N. Maquiavel
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17.Luís
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18.Fernandes
Ecce Homo, de Fr. Nietzsche
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3.Bruno
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A Idade da Razão, de Jean-Paul Sartre
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1.Ana Freixiela
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