sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Recordações Autobiográficas

O passado. O irreversível. Um conjunto de pedaços, momentos que constitui a nossa história. E pouco a pouco, momento a momento, fase a fase da nossa vida, vai-se construindo uma personalidade. Várias coisas banais acontecem na nossa vida. Um lugar que tenhamos visitado muito ou uma música. E nenhuma destas precisa de ser especial ou ter significado para nós. Simplesmente são acontecimentos normais que marcam uma fase da nossa vida.
A música mexe com as nossas memórias. 
Por vezes, ao estar a ouvir música no meu telemóvel ou computador, escolho uma música de há três anos, e dou por mim a lembrar-me de tudo o que fiz, com quem estive, onde estive e como me sentia. É como se tivesse um flashback. Como se viajasse no tempo. Subitamente é como se estivesse outra vez no sétimo ano a rir da pronúncia do professor de História enquanto eu e o Stewie comíamos bolachas disfarçadamente para não dar a ninguém. Por outras vezes, estávamos eu, o Chico, o Gu e o Stewie na Ponta do Ouro a fazer um documentário em vídeo, às quatro da manhã, a dar festas aos bambis do resort ao pé da piscina. Por vezes sabe bem recordar o passado. Traz uma certa nostalgia, porém é sempre agradável saber que o que foi feito, está feito e seja este bom ou mau, isto traz sempre uma sensação de dever cumprido.
Um odor, por sua vez traz ainda uma sensação mais pormenorizada. É como se sentíssemos a atmosfera do momento que estamos a recordar. É preciso que o cheiro seja de facto marcante, ou que pelo menos a memória o seja. É muito mais forte que qualquer outra sensação, pois mostra de facto uma proximidade muito grande entre a pessoa e a memória Dá uma sensação de completa revivência do passado. Como se voltássemos a dar os passos que já sabíamos que iam ser dados. O cheiro de um sitio. O cheiro do perfume de alguém que gostamos. São memórias que deixam uma marca enorme na nossa vida.

E quando dei por mim, tinha escurecido lá fora e eu tinha mergulhado na minha mente nas mais complexas memórias. Retirei os auscultadores e deitei-me na cama, esperando pelo amanhã para criar novas memórias.

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