quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Tópico de desacordo
Discordo com a manipulação genética das gerações futuras


Na atualidade a ciência e o conhecimento humano têm-se desenvolvido bastante e o poder do homem de interferir na realidade, bem como  alterar o rumo dos acontecimentos é cada vez mais surpreendente. A enorme criatividade de soluções para os nossos problemas é cada vez maior. Mas mais poder e liberdade significam mas responsabilidade. E visto que errar é humano e sabendo perfeitamente que tamos a transformar o mundo, será que já não cometemos diversos erros? Erros irreversíveis? Com más consequências?

Nós temos modelado o nosso mundo em função das nossas necessidades, desejos e caprichos. É natural que lutemos pelos nossos interesses e sejamos um pouco egoístas, mas o egoísmo não nos terá cegado? Será que temos esquecido os outros seres vivos e o mundo e não tenhamos medido as consequências para alcançarmos tudo o que queremos? Será que este poder cada vez maior sobre o o mundo mundo não será cada vez mais arriscado e perigoso? Será que a nossa vontade de melhorar o rumo das coisas apenas irá acabar em desastre devido á nossa natureza imperfeita e condicionamento emocional?

Por exemplo, muitos investigadores do código (DNA) e da hereditariedade descobriram uma forma de alterar o DNA e manipulá-lo. Isto muda tudo. Pode ser bom ou mau,consoante o uso que aplicarmos. Se for usado para acabar com certas doenças hereditárias que se tornam já um problema desde o inicio de vida de muitas pessoas é bastante bom. Mas se for usado para alterar o DNA das gerações futuras e fazer clonagens então já não é tão bom... Existem certas realidades, certos factos sobre os quais não devemos ter opção de alterar e eu penso que a hereditariedade é uma dessas. Não penso que devêssemos escolher a cor dos olhos, do cabelo, da pele, a estrutura, a inteligência, ou personalidade dos nossos filhos porque não interessa se são perfeitos ou não, desde que sejam os nossos filhos gostamos deles á mesma. Não é por terem as  caraterísticas que sempre sonhámos ter que vamos gostar mais deles mas sim por serem únicos, especiais e partilharem caraterísticas conosco indiferentemente de serem virtudes ou defeitos.



Se imaginássemos uma sociedade onde os filhos tivessem os genes manipulados de acordo com a vontade dos pais, esta sociedade seria vista como sociedade perfeita pelo geral das pessoas, sendo considerada como um modelo a seguir. Uma sociedade sem defeitos ou problemas. Mas o que eles não se aperceberiam era que o maior defeito desta sociedade seria  exatamente não ter defeitos ou imperfeições. Os erros e imperfeições são igualmente importantes para a constituição da natureza humana como as virtudes, pois só com este conjunto de caraterísticas boas e más é que é possível tornar cada ser como único.


Eu penso que é esta a diversidade quer nos seres humanos quer nos outros seres vivos que faz a beleza da vida em si. E é esta diversidade, esta diferença, estes erros e estes defeitos que metem a vida a mexer. A vida é o caminho para a perfeição, a perfeição de cada um, ou seja sermos o que nos quisermos e atingi-lo para sentirmo-nos realizados. Se já nascermos perfeitos, o que é que é preciso fazer? Nada. A vida perde o seu propósito. E só no final nos apercebemos que o caminho para os nossos é mais importante do que propriamente atingi-los.   

É por isso que eu defendo que as gerações futuras sejam únicas e não perfeitas.


         

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